Considerações sobre a Recognição Visuográfica

Desde o ano de 2003, a Academia de Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul vem ministrando aulas sobre recognição visuográfica de local de crime durante as aulas da disciplina de Investigação Policial.

A História, ensina Marco Antonio Desgualdo[1], Delegado de Polícia Civil de São Paulo,  tem demonstrado que a improvisação, empirismo e o emprego de métodos poucos ortodoxos, e até cruéis, para a obtenção da verdade, fazem parte da metafísica da natureza humana, a tal ponto que semelhante busca reflete-se na sistematização dos meios para alcançá-la, constituindo uma característica do próprio homem em suas múltiplas atividades..

O progresso, considerados o tempo e o espaço, ensina o renomado estudioso, adaptou e consolidou novas técnicas de investigação Policial, valendo-se esta da Criminalística, da Criminologia e da Medicina Legal. Reconhece, ainda, que a pesquisa de campo, intuitiva, disponível aos seus destinatários, ficou despida de outro embasamento, senão o do costumeiro relato unilateral, quase sempre precário, pobre de valores e adstrito, tão somente, à ótica laboraria do investigador.

Dentro desse quadro, surge, então, a premente necessidade da atualização de métodos e pesquisas no campo da Investigação Policial, principalmente diante do avanço da criminalidade e do crime organizado, merecendo especial atenção os estudos investigatórios sobre os crimes contra a vida.

Diante desse novo contexto, é através da cibernética que abrem-se novas oportunidades, principalmente mediante o aproveitamento dos "fractais", ou frações, na tarefa da reconstituição do todo, aplicando-se tal princípio à investigação Policial.

 Partindo-se, então, da premissa de que, nessa reconstrução, os recursos da Informática devem ser objeto de alcance e emprego científico, na busca da verdade, e que a cognição de indícios, locais de crimes e outras circunstâncias, podem ser carreadas para os autos como um fator de correta interpretação da materialidade e da autoria, surgiu a idéia de que a vivência da autoridade policial, enquanto pesquisador da criminalidade, pode ser resumida graficamente em uma única peça documental, que traduz o acompanhamento decircunstâncias  e de fatos, desde a motivação do crime até o seu desfecho. Esse método, em si mesmo, é conhecido, doutrinariamente, como recognição visuográfica de local de crime.

 É mais uma ferramenta a disposição do Policial Civil para aprimorar seus trabalhos com eficiência e guardando as informações para investigações posteriores.

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